" Problemas não são obstáculos, mas oportunidades ímpares de superação e evolução."



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

          A minha participação na área da educação inclusiva inicou no ano de 2009, quando  tive a oportunidade de trabalhar como auxiliar de turma em uma escola particular.
          No  início as pessoas  me assustaram bastante dizendo que  era complicado, que eu não iria  conseguir, nem gostar e ter paciência para  este  trabalho, porém,  o encarei como um desafio, do qual  posso  dizer orgulhosamente que obtive resultados  surpreendentes.
          Em fevereiro  de 2009 entrei em uma sala de  5° ano e me deparei   com duas crianças  portadoras de  necessidades especiais (PNE), uma menina de 16 anos com síndrome de down (não alfabetizada) e um menino da mesma idade, autista (alfabetizado). Eu  nunca  havia  tido contado com pessoas  PNE anteriormente e minha  área era Letras, mas decidi  continuar e aproveitar a oportunidade.
         Imediatamente iniciei  o estudo  à  respeito, li artigos, reportagens em revistas, internet, livros, etc; porém em nenhum encontrei  as respostas   que precisava, ou mesmo orientações que me  ajudariam neste  trabalho. Isso  me levou a  dar início ao meu próprio estudo com relação aos alunos PNE. Passei a observá-los,  fazer anotações de suas atitudes, falas, desenhos e buscar uma aproximação, o  que   confesso pensei que seria  mais díficil. O apoio e as informações dadas pelos  familiares foi bastante  importante para que eu chegasse as conclusões e conceitos relacionados a estas  crianças.
          Dividi minhas aulas entre atividades que  interessavam os alunos e atividades que  desenvolvessem a aprendizagem significativa  de maneira que estes  não desprezassem o estudo nem perdessem o interesse em  aprender. Tentei fazer uma  mescla entre o que  seria  útil  para mim e agradável para eles e  obtive   um grande desenvolvimento e  participação das  crianças.
          Em um ano de trabalho não  consegui alfabetizar  minha aluna de Down, porém  comparado com o conhecimento que  ela  apresentava  no início do ano  letivo, esta  evolui bastante. Quando iniciei  o trabalho ela não conhecia todas as letras do alfabeto, nem cores, números, enfim.
          Em julho de 2009 minha aluna entrou em férias escrevendo  seu nome e sobrenome. Para quem não tem conhecimento na área ou ao menos uma noção das  dificuldades encontradas na alfabetização destas  crianças pode achar que pequenos  avanços  não são nada, o que não é verdade, porque  qualquer evolução da crianças PNE é  vista  como um grande sucesso.
          Com relação ao  aluno autista, infelizmente este  acabou saindo da escola, pois seus pais não estavam mais  conseguindo disponibilidade para  que ele continuasse a frequentar as aulas, mesmo  assim conseguimos  grandes avanços. O  aluno passou a participar ativamente das aulas fazendo  leituras orais  com os  colegas,  dialogando e também  passou  a ter  menos  crises de  comportamento.
          Em  julho de 2010 eu  me formei em Letras  pela  Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Campus  Uruguaiana e automaticamente meu contrato na escola  foi cancelado. A experiência  que tive me ajudou bastante e passei a  ter  grande interesse na área. Neste estabelecimento educacional onde  fiz o estágio pude ter  contato com crianças  de diferentes dificuldades como: down, autista, cadeirantes, etc; o que  acrescentou bastante em minha vida  profissional e  pessoal. O  contato com estas  crianças faz com que  aprendamos a ver a vida  de outra  maneira, a dar valor a tudo  que temos, as pessoas que nos rodeiam, a qualquer coisa mínima que faça parte de nossas  vidas.
          Embora  tenha  saído  da escola, continuo  trabalhando com minha aluna  down e ela  esta me surpreendendo cada vez mais  com  sua  evolução, já está escrevendo   o  nome da sua mãe e de sua avó, conta até dez, já  sabe  fazer a leitura de algumas sílabas e conhece todas as letras do alfabeto. Para uma criança down com 3% de chances de ser alfabetizada a evolução tem  nos  surpreendido bastante.
          O contato com crianças PNE é  algo gratificante. Trabalho com elas e gosto do que faço, acredito nas suas competências, embora saiba que nem todos os casos são  iguais e muitas vezes  não  conseguimos  encontrar uma solução e menos ainda resultados  positivos.
          Encerrando a minha história inicial  na carreira da educação  inclusiva, gostaria de dizer que  todos  tem capacidade de aprender, por minimo que seja o avanço, é possível. Basta acreditarmos, ter força de vontade, querer ensinar, unir  forças para  posteriormente  obter sucesso na aprendizagem destas  crianças.
          O professor  precisa amar o que  faz, precisa querer alcançar estes  resultados e acima de tudo, precisa ACREDITAR NA SUPERAÇÃO.

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